A medição de comportamentos com até três anos de idade podem ajudar a identificar crianças em risco aumentado para problemas de comportamento ao longo da infância. Essas crianças e suas famílias podem se beneficiar de intervenções precoces que ajudam a reduzir o risco de agressão, aumentando a maternidade/paternidade positiva e melhorando a cooperação e a relação entre pais e filhos. Evidências sugerem que os esforços terapêuticos trabalhando diretamente com as crianças podem reduzir comportamentos, melhorando a empatia, habilidades sociais e reconhecimento de emoções, o que deixa clara a importância da intervenção precoce.
A gente sabe que crianças que apresentam déficits em função executiva, por exemplo, desde o início da pré-escola até o período da infância tardia (ou seja, idades de 3 a 11 anos), podem apresentar mais problemas de comportamento, incluindo a baixa persistência (já pensou o impacto disso no dia a dia?), altos níveis de impulsividade e má regulação da atenção. Apresentam, ainda, pior saúde mental, saúde física e piores desfechos sociais 30 anos depois, quando adultos, quando comparados com crianças com melhor função executiva.
Às vezes é muito difícil imaginar o impacto de comportamentos observados nos primeiros anos ao longo da vida. A tendência dos pais, muitas vezes, é dizer que a criança é pequena demais e que tudo melhorará com o tempo. No entanto, o que os estudos apontam é que a primeira infância é um tempo crítico para desenvolvimento das funções executivas, habilidades que vão refletir em toda a vida, seja acadêmica, social ou pessoal.