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Dificuldades X Transtornos de Aprendizagem

Você sabe a diferença entre transtornos e dificuldades de aprendizagem?

O primeiro são transtornos do neurodesenvolvimento, portanto, decorrentes de mau funcionamento cerebral, que estão presentes desde muito cedo na vida da criança. Essas disfunções farão com que seu aprendizado seja diferente, mais dificultoso ou mais lento. Nesse grupo estão, por exemplo, o transtorno específico de leitura (dislexia) e o da matemática (discalculia).

Já as dificuldades de aprendizagem são decorrentes de outras condições, como deficiência auditiva, transtornos do espectro autista, transtorno no desenvolvimento da linguagem, déficit de atenção e hiperatividade, ou seja, são patologias que têm o problema de aprendizagem como secundário ao quadro maior. Esses ainda podem ser causados por fatores externos (emocionais, culturais), como o nascimento de um irmão, a separação dos pais ou um problema de ensino. Nesse último caso alude-se a um problema de “ensinagem”, por exemplo, a criança que está com dificuldade na alfabetização aprenderia melhor se a escola ensinasse por outro método, com base em evidências científicas ou se mudasse para uma escola com outra metodologia.

Qualquer que seja o problema, a criança precisa ser avaliada por equipe multidisciplinar. As dificuldades escolares, muitas vezes, podem ser resolvidas no ambiente escolar, mas, em parte dos casos, mesmo não apresentando um transtorno do neurodesenvolvimento, a criança ou adolescente poderá precisar de atendimento clínico especializado nas áreas da psicologia, fonoaudiologia e/ou psicopedagogia.  A diferença é que, nesses casos, a condição é transitória e, consequentemente, superável, enquanto nos transtornos, ela se manterá ao longo da vida.

Contudo, com a avaliação multidisciplinar e o atendimento especializado, as dificuldades para aprender, nesse grupo, são atenuadas e o sujeito pode conseguir um bom nível de funcionamento no dia a dia. Qualquer que seja o caso, o diagnóstico precoce fará toda a diferença. Precisamos sair do modelo vigente, que espera a criança falhar na escola para ser encaminhada e adotar o modelo da prevenção, como vem acontecendo em muitos países. Continuaremos com esse assunto em breve.

Mara Daher – CRFª 2-4703

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